23 novembro 2006

espetáculo teatral LIS LI



Quem aparece fotografando no espelho é Sheila Hameister. O ator que contracena comigo é Aceves Moreno. Este espetáculo nasceu entre a casa da praia da Armação em Florianópolis, em 1992, a chácara de Morro Redondo, 1993, e o 4o. andar do edifício da Anchieta, apartamento da Sheila, em Pelotas. Foi lá que Aceves e eu, arredando os móveis da sala, concebemos a última versão do espetáculo em agosto de 1995. Tudo começou com uma leitura em voz alta de Água vida, feita pela Vitória na casa da Armação, em Florianópolis. Daí em diante Clarice Lispector passou a ser pensamento da carne grudado ao meu osso. Comecei por uma colagem de textos de três livros da Clarice: Água Viva, Perto do coração selvagem e Maça no escuro (pedaços, fragmentos de um "mesmo"). O espetáculo originalmente se chamava Lispector Lis Li. Fiquei dois meses no Rio de Janeiro tramitando os direitos autorais e depois aguardando por um longo tempo a resposta. A demora foi tanta que decidi estrear, em junho de 1995, no I Circuíto de Teatro de Pelotas, Teatro Sete de Abril, contracenando com Deisi Rodrigues, fantástica atriz de espaços abertos e minha colega na Filosofia (nossa única apresentação juntas). A carta do filho da Clarice chega no dia seguinte, pedindo um valor inviável, tornando impossível a continuidade do espetáculo, já inscrito no X Festival de Teatro de Pelotas que ocorreria dali a um mês. Retirei o texto da Clarice e inseri outro texto, desta vez meu, sem mudar a estrutura cênica: o nome do espetáculo passa a ser Lis Li, selecionado como melhor espetáculo para a fase internacional do Festival de Teatro. Aceves e eu ainda fizemos outras apresentações em Pelotas, Florianópolis e Curitba.

3 comentários:

Kazeredo disse...

Que delícia ...saber de tudo isso....de vc!!!do tempo que não vivemos!!!!!HEHEEHH
NOSSO TEMPO É HOJE!!!!(Salve Paulinho da Viola!!!!)
Beijos
Karla

Anônimo disse...

um fluxo de cortes sobrecarregando o imaginario e traduzindo as invisibilidades de cada um.teatro imagem, que é porrada na cara da gente, mas tambem possibilidades, imagens reconstruindo infancias, momentos,derrubando simulacros, nos colocando cruelmente de cara com a vida que cada um descobre em seu imaginário e já não pode mais ser conformista, as imagens, cruas e suas, não aceitam mais a vida comum, pede saltos, pede cesuras, pede vida.

Anônimo disse...

eu tambem queria dizer que vc é linda.